Domingo no Parque!
Estávamos em um passeio de domingo de carnaval. Pretendíamos fazer um roteiro pelos parques da cidade, pegamos um ônibus que dá uma volta tremenda para chegar lá, estávamos muito sorridentes e felizes, eu, minha hóspede ‘amigona’ e minhas filhas. Descemos do ônibus e seguimos a placa que dizia “Parque Tingui” em frente, seguimos e nada de acharmos o tal lugar, andamos muito, horas até.
Decidimos perguntar para a décima moça que nós vimos e ela nos informou que deveríamos voltar e virar naquela rua que ficara para trás, nós voltamos e viramos quando, de repente, vimos que o caminho mais uma vez estava errado. Ao retornar, nós fomos abordadas por dois elementos ardilosos, nojentos que, com graças, levaram apenas nossas câmeras digitais.
Não entrarei muito no assalto em si, mas há pontos cruciais que devemos levar em conta:
A questão é muito simples, moro em Curitiba há 13 anos, dizem que a cidade é a cidade-modelo deste país, concordo em muitas coisas, mas devo discordar em outras tantas.
O sistema de transporte é realmente impecável, mas faltam mais linhas de ligações entre os bairros mais afastados e o centro da cidade. Se você quiser sair e pegar um ônibus às 16: 47, você terá êxito.
As sinalizações de trânsito e turísticas são defeituosas e precárias, são sinalizações que nos levam diretamente à toca do lobo. Turistas e moradores jamais devem se aventurar por esta cidade sem ter um vasto conhecimento dos caminhos a seguir. Os matos crescem nos poucos calçamentos das vias e somos obrigados a andar entre os carros. Em certos bairros existem as chamadas “ruas da morte” quando também temos uma BR chamada “Rodovia da morte”. Ou seja, de qualquer maneira caímos na boca do lobo e a guerra urbana se evidencia nos números dos necrotérios.
Em questão de educação, a prefeitura da cidade tem um programa excelente entre comunidade e escola como um todo. O índice de analfabetismo é muito baixo e as famílias são acompanhadas pelos agentes da prefeitura desde a creche até a escola tradicional. Os pedagogos se preocupam por cada caso, cuidando da vida de cada aluno.
A saúde tem muito a melhorar, mas tenho todo conforto de marcar e esperar por uma consulta médica sem sair de casa, nos postos de saúde as agendas respeitam os horários marcados e todos atendem com certo sorriso e profissionalismo, salvo algumas exceções das quais eu e minha filha tivemos o desprazer em sentir na pele, hoje somos muito bem tratadas.
A segurança sempre deixou a desejar. Quando cheguei aqui não se ouvia falar de ladrões, a máscara caiu pelo menos pra mim, aluguei uma casa ainda em 1997 e fui assaltada nesta casa numa noite, meia-noite de domingo para segunda-feira. À medida que se anda pelas ruas você facilmente encontra os moradores de rua, os adolescentes puxadores de fumo e cheiradores de cola, você encontra famílias inteiras mendigando o pão.
Curitiba não é a mesma, não é uma cidade-modelo e sim uma cidade que se maquia para um Brasil se fartar dela.
Isso funciona também com cada pessoa que quer fazer propaganda de si mesmo, se maquiando para o outro para mostrar o seu melhor e os problemas vão se tornando uma bola de neve.
Vejo Curitiba como uma cidade próspera e com muitos objetivos, mas não posso ficar calada mais uma vez diante deste fato. Somos prisioneiros de nós mesmos e somos cobaias destes ladrões marginais que vendem algo que conquistamos com sacrifício e dignidade na esquina por um preço de banana para “viajar puxando fumo” na mesma esquina achando que está abafando.
A indignação é justamente essa: como cidade-modelo, Curitiba deixa a desejar diante de fatos considerados comuns em outras metrópoles como São Paulo e Rio de Janeiro.
Uma cidade considerada modelo deve, antes de tudo, cuidar de suas feridas interiores para que sua imagem não se comprometa diante de sua própria sociedade, para que seus moradores possam, dignamente, considerarem-se seguros e não como reféns da marginalização.
Participação especial da poeta, escritora profissional e amiga pessoal Tatiana Monteiro.
Decidimos perguntar para a décima moça que nós vimos e ela nos informou que deveríamos voltar e virar naquela rua que ficara para trás, nós voltamos e viramos quando, de repente, vimos que o caminho mais uma vez estava errado. Ao retornar, nós fomos abordadas por dois elementos ardilosos, nojentos que, com graças, levaram apenas nossas câmeras digitais.
Não entrarei muito no assalto em si, mas há pontos cruciais que devemos levar em conta:
A questão é muito simples, moro em Curitiba há 13 anos, dizem que a cidade é a cidade-modelo deste país, concordo em muitas coisas, mas devo discordar em outras tantas.
O sistema de transporte é realmente impecável, mas faltam mais linhas de ligações entre os bairros mais afastados e o centro da cidade. Se você quiser sair e pegar um ônibus às 16: 47, você terá êxito.
As sinalizações de trânsito e turísticas são defeituosas e precárias, são sinalizações que nos levam diretamente à toca do lobo. Turistas e moradores jamais devem se aventurar por esta cidade sem ter um vasto conhecimento dos caminhos a seguir. Os matos crescem nos poucos calçamentos das vias e somos obrigados a andar entre os carros. Em certos bairros existem as chamadas “ruas da morte” quando também temos uma BR chamada “Rodovia da morte”. Ou seja, de qualquer maneira caímos na boca do lobo e a guerra urbana se evidencia nos números dos necrotérios.
Em questão de educação, a prefeitura da cidade tem um programa excelente entre comunidade e escola como um todo. O índice de analfabetismo é muito baixo e as famílias são acompanhadas pelos agentes da prefeitura desde a creche até a escola tradicional. Os pedagogos se preocupam por cada caso, cuidando da vida de cada aluno.
A saúde tem muito a melhorar, mas tenho todo conforto de marcar e esperar por uma consulta médica sem sair de casa, nos postos de saúde as agendas respeitam os horários marcados e todos atendem com certo sorriso e profissionalismo, salvo algumas exceções das quais eu e minha filha tivemos o desprazer em sentir na pele, hoje somos muito bem tratadas.
A segurança sempre deixou a desejar. Quando cheguei aqui não se ouvia falar de ladrões, a máscara caiu pelo menos pra mim, aluguei uma casa ainda em 1997 e fui assaltada nesta casa numa noite, meia-noite de domingo para segunda-feira. À medida que se anda pelas ruas você facilmente encontra os moradores de rua, os adolescentes puxadores de fumo e cheiradores de cola, você encontra famílias inteiras mendigando o pão.
Curitiba não é a mesma, não é uma cidade-modelo e sim uma cidade que se maquia para um Brasil se fartar dela.
Isso funciona também com cada pessoa que quer fazer propaganda de si mesmo, se maquiando para o outro para mostrar o seu melhor e os problemas vão se tornando uma bola de neve.
Vejo Curitiba como uma cidade próspera e com muitos objetivos, mas não posso ficar calada mais uma vez diante deste fato. Somos prisioneiros de nós mesmos e somos cobaias destes ladrões marginais que vendem algo que conquistamos com sacrifício e dignidade na esquina por um preço de banana para “viajar puxando fumo” na mesma esquina achando que está abafando.
A indignação é justamente essa: como cidade-modelo, Curitiba deixa a desejar diante de fatos considerados comuns em outras metrópoles como São Paulo e Rio de Janeiro.
Uma cidade considerada modelo deve, antes de tudo, cuidar de suas feridas interiores para que sua imagem não se comprometa diante de sua própria sociedade, para que seus moradores possam, dignamente, considerarem-se seguros e não como reféns da marginalização.
Participação especial da poeta, escritora profissional e amiga pessoal Tatiana Monteiro.
Paola Vannucci
28/02/2009
Comentários
E esse video seu ne..sem comentarios.....bjossss
Que situação amiga!
Seu desabafo é muito válido!
A falta de respeito ao ser humano é alarmante.
Beijos!
Gostei tanto, que vou pedir alguém da equipe do portal Antõnio Poeta a vir por cá, te oferecer o Pr~emio Fidalguia, um selo elaborado por nós para outorgar qualidade e excelência de conteúdo, aos agraciados por ele.
Nesta página, vc fica sabendo mais sobre esta inicitaiva nossa:
http://premiofidalguia.blogspot.com
Agora, fico cá torecendo pra vc ir conhecer o Projeto Revista de Poesias e queira expor lá com a gente, viu!
Beijos todos e parabéns por seus enredos!
Antônio José
Beijos e saudades
Carmen amorim
Passa no meu cantinho virtual...risosss
http://carmen.amorim.zip.net/
Estive aí em Curitia duas semanas, tudo do seu texto eu vi, saquei e fotografei com minha alma.
Cometi um erro que não foi ir conhecer você. Duas semanas passam rápido. Sabe, achei estranho aí algumas coisas, tipo a falta de vontade para se dar informação. Sinto pelo acontecido ,mas graças á Deus você, sua filha e amiga saíram bem graças à Deus.
Seus texto é bem pertinente e um reflexo da própria sociedade que vivemos.
Um abração e um beijo
MUITA LUZ E SAÚDE.
Me uno aos demais leitores do blog para lhe dedicar solidariedade. Essa coisa de assalto é desagradável em qualquer lugar. Seja nas grandes metrópoles, nas cidades estabilizadas ou nas menos desenvolvidas. Posso imaginar sua decepção. No ano anterior, sofri assalto: alguém entrou em casa, na minha ausência, e roubou materiais de minha estimação. Registrei ocorrência na polícia. Mas não recebi nada de volta. Sempre é assim!
Felizmente, as vidas suas, da amiga e das crianças foram preservadas, assim como a integridade física de cada uma. Ufa! Entendo o seu desabafo sobre a tão divulgada imagem de civilidade e progresso de Curitiba. Se aí rola coisas assim, imagine e outros lugares. Como cidadão, acho que é dever nosso cobrar dos prefeitos, governadores e presidente alguma posição. As cidades precisam ser espaços para boa convivência e trabalho decente. Por isso, foi bom você escrever este post. Não se pode ficar calado nunca.
Mesmo na barra, deixo um beijo afetuoso para você.
Na alegria dos palmeirenses!!!
Infelizmente, somos feitos de contradições, ainda mais numa sociedade que alimenta a digestão do homem pelo homem.
Beijos e fique bem!
Jane Peralva