Saúde Pública
A morte recente do grande astro popular Clodovil, me deixou um pouco triste, suas aparições diante do público eram engraçadas com um ‘q’ de verdade que todos jamais falariam. Ele sofreu um suposto AVC e logo que foi descoberto foi prontamente atendido e dirigido a um hospital e teve os melhores tratamentos para que pudesse recuperar a saúde. Não estou desmerecendo de Clodovil, mas o fato é mais grave.
Assistindo o jornal após o almoço vejo a noticia de Clodovil, mas também uma noticia sobre os hospitais de Belém do Pará, que simplesmente as pessoas chegam lá e não tem infraestrutura alguma de atendimento e morrem a céu aberto. O que a população tem de diferente das pessoas públicas e dos políticos? Na maioria do país nossa população chega aos hospitais para serem atendidas e acabam-se encontrando nos açougues a espera de serem abatidos como se fossem porcos para riscar do mapa sua estada na Terra.
Eu vi a senhorinha agonizando na hora da reportagem. Será que as autoridades percebem alguma coisa? Claro a resposta que se tem é que todos estão trabalhando dentro de um sistema e que numa grande bola de neve, se obtém menos de 1% de resultado.
Enquanto aquela senhorinha morria, seus parentes desesperados esperando apenas alguma comunicação de que o melhor estava por fazer, e nada escutaram apenas outros doentes agonizando e lamentando a morte ao lado, talvez pensando – o próximo será eu! – enquanto num outro lado do país o pai vê seu filho morrer na fila de outro hospital, e a criança tem um alento de estar segurando a mão de sua mãe como se segura a mão de Deus! Casos similares ao de Clodovil acontecem, casos até mais graves acontecem e nada tem a fazer a não ser esperar até a gravidade da situação. O que é pior do que a morte? Será o verdadeiro descanso?
Pessoas estão presenciando entes queridos partirem sem alguma explicação com todos os sofrimentos possíveis.
Fico pensando: o que será que um político que está lá no plenário votando as leis, pensa na prática?
Morre um, morrem três e cria-se o Rap dos Carniceiros, sim porque nos dias atuais os piores hospitais das grandes capitais são conhecidos como açougues. Aqui existem pelo menos três açougueres de qualidade. Sinceramente gostaria de estar comprando picanhas nos lugares certos ao ver que por causa de um Sistema Ordinário muitas pessoas morrem como se fossem menos um para super povoar o Brasil.
Pensem bem, a boa morte desenfreada ou a farta natalidade? A educação ou o analfabetismo?
E Clodovil disse certa vez no Plenário:
- Isso aqui está parecendo mercado de peixes!
Será que é isso mesmo?
Tirem suas conclusões.
Paola Vannucci
21/03/2009
Comentários
Sempre nos trazendo textos que servem para refletirmos. Tenha um ótimo sábado! Beijos!
guardadas certas reservas em relação ao reacionário do deputado clodovil, a coisa tá preta/russa/feia...
temos que reconhecer que o sistema de saúde só funciona no dia da inauguração dos hospitais e postos de triagem e atendimentos. Isto é, só funciona na presença dos ‘nossos’ senhores prefeitos, governadores, secretários, ministros e presidente acompanhados dos seus requeridos acólitos puxa-sacos, bajuladores de ovo goro....
tavares
Também fiquei chateada com a morte do Clodovil; sei que este é o fim de todos nós, mas a forma "sem delongas" de como ele tratava os assuntos mais dicersos, isso irá fazer muita falta. Quero ver quem é que terá coragem de dizer (novamente) que aquele lugar precisa de ordem!
Fico muito agradecida por ter recebido sua visita lá no VENTURAS..., volte sempre que quiser, será um prazer. Um grande beijo e um forte abraço minha amiga poetisa!
Beijos amiga
Jane Peralva
Minha tia mudou para aí porque aqui em Araxá ia morrer, os médicos disseram que ela tinha que amputar os pés, aí ela operou e consegui se restabelecer.
Minha cara, você escreveu muito bem o que o povo tem sofrido. Parabéns. Muita luz e saúde.
Beijo.
Beijos, querida!
Sempre interventiva e denunciadora do que é preciso mudar. O Brasil não está isolado nas carências. Elas acontecem mesmo no país mais rico do mundo. Estamos a caminho, mas ainda não chegamos lá, e sempre que lá chegamos, as exigências estão já a desejar chegar mais longe... somos humanos.
Um beijo
Daniel
parabens paola, mais uma vez nota mil pra ti...
Infelizmente, o cuidado que Clodovil teve no seu período de internação, provavelmente, tem relação com fato dele assumir posição como parlamentar. Nesse caso, há uma prioridade injusta. Penso que o sitema de saúde daqui deveria ter a prioridade utilizada no Canadá: todos têm direito ao atendimento gratuito, inclusive os estrangeiros.
Lamento o descaso que foi mostrado na reportagem por você citada. Tenho imenso carinho pela cidade de Belém. Vivi ali nove anos de belo aprendizado. Por isso, as situaçõers de dor lá acontecidas me afligem. Tomara que a autoridades do estado e do país despertem da letargia e façam algo pelos cidadãos que pagam impostos e que são merecedores de toda consideração.
Beijos e vida!
Olha fiquei muito feliz com sua presença em meu blog de fotos, muito me horra em recebelo por lá! Fiquei feliz de sber que algumas vezes você se inspira em minhas fotos para escrever uma alguma poesia é bom agente saber que sou util por uma boa causa!Olha seu texto esta maravilhoso esta é a verdade da nossa saúde publica em nosso pais! Aqui em Brasília os hospitais estão abandonados, é muito triste agente ver as pessoas morrendo a mingua agonisando nos corredores da morte dos hospitais de Brasília nas cidades satélite infelismente é esta a realidade do povo! O povão não é autoridade para receber o melhor atendimento como foi o caso do clodovil e muitas autoridades do colarinho que branco, que roubam o dinheiro dos hospitais e trasnforma em cpmf e niguem viu esse diheiro que era para ser aplicado na saúde pbublica do nosso pais Beijo no seu coração.
Celso.