'Perdoei por amor', diz mulher do ônibus 499

Perdoar por amor?
Pode até ser, mas voltar viver com esse tipo de pessoa, oras, não vale a pena.
As pessoas tem de valorizar a vida e o bem estar.
Jamais voltaria com quem me apontou uma arma, ‘salvo, nunca vivi agressão desse tipo’, mas penso que se alguém me fizer algum mal, jamais poderei voltar a viver e ou ter uma vida incomum com este alguém.
Pergunto:

Onde está a valorização do Eu?

Onde está a dignidade perante a vida , filhos e a justiça?

Justiça sim, sou a favor de muita justiça, desde que esta não me maltrate e nem me atrapalhe. Justiça me dá o direito de opinar para as coisas certas e agir com a razão, mas jamais com o coração, agir com o coração é digno, e gosto muitas vezes usar meu coração para acompanhar todos os fatos. Agir sem sabedoria nos faz ficar mais perto da morte.

Essa moça aparentemente diz sentir-se bem, mas não estou aqui a julga-la e nem culpa-la. Estou aqui questionando a verdadeira justiça.

Perdoar é divino, sábio e difícil, mas basta apenas perdoar sem consumar o fato.

Perdoar é dar justiça ao que se acha certo e renovar nossas forças junto do coração.
Perdoar é viver com a alma e coração.

Mas perdoar sem valorização....

Estou aberta aos comentários, não sei se ficou bom a mensagem, mas fica aqui minha indignação diante desse fato.

Comentários

Menina do Rio disse…
Olha amiga, no caso da mulher do onibus 499, o que ocorre é algo que se repete com outras tantas que apanham e perdoam pra apanhar de novo e com um agravante: ela poderia ter sido morta! Pra este tipo de agressão não tem perdão, nem volta, pois vira rotina. Eu jamais voltaria; aliás eu jamais viveria ao lado de alguém que se comportasse como animal ensandecido, nem permitiria que me tocasse um fio de cabelo. Onde está escrito que mulher tem que se submeter a isso? Claro que não a julagaremos, apenas estamos colocando sob outro ponto de vista que não o dela. Nenhuma relação justifica violência. Acho que isso tem que ter um fim, mas conhece quela velha história sobre mulher de malandro...Só lamento pelo que eles estão mostrando aos filhos.
A visão pura de um mundo cada dia mais violento. Acho esta matréria muito importante, e estou tão indignada quanto tu. Pela violência dele e pela submissão dela...

beijinhos
Harold disse…
Paola!
Tenho que admitir ignorância. Nestes últimos dias, fiquei tão envolvido com os assuntos de trabalho e uma ou outra situação importante que não acompanhei o caso da mulher citada no seu texto. Aliás, o único caso de mulher agredida que soube foi o da moça atacada por uns deliquenntes da classe média do Rio de Janeiro. Fiquei revoltado com o caso. Prego justiça para a moça e CADEIA para os cretinos.
Eles tiveram a audácia de dizer que só a agrediram porque pensaram que ela era uma prostituta. E o respeito por QUALQUER ser humano? Onde é que fica? Dá vergonha da juventude deste país. Só soube deste caso.
Sobre o episódio do ônibus 499, não soube. Não posso comentar. Porém quero elogiar seu texto. Foi bem escrito. Elogio também sua postura de cidadã. Importante é provocar questionamento sobre este tipo de assunto. Quando se questiona, é aberta uma janela para se buscar algum tipo de valorização apra as mulheres deste país.
Beijos!!!!
Citadino Kane disse…
Paola,
Concordo com a "menina do rio".
É lamentável a situação de muitas mulheres que continuam submetidas aos algozes da véspera da agressão fatal...
Beijos,
Pedro
Leila Andrade disse…
Penso que perdoar tem a ver muito mais conosco do que com o outro. É uma questão de aliviar também um peso que nos cabe na mágoa que se carrega.
Bjos
L. Rafael Nolli disse…
Esse assunto certamente é um dos mais delicados possíveis. É como um vespeiro. Acho que se pode pensar também no tamanho do conflito que essas pessoas vivem consigo mesmas. Talvez exista nesse fato não apenas uma mulher violentada que volta para o homem que por muito pouco não a matou. Por certo há uma mulher que tem toda uma vida estagnada no ocorrido, sem possibilidades de escape - ou ainda merecedora de atenção psicológica! Temos que convir que não há como escapar ileso de um fato como o vivido por essa mulher. Estamos falando de uma pessoa que teve a vida exposta para todo um país, uma vida aberta como uma ferida!
Anônimo disse…
Perdoar por amor! Eu, Valmon Lopes, não acredito.
O perdão realmente é divino, más só passa a ter verdadeiro significado quando o perdoado exclusivamente se arrepende e visivilmente demonstra isso. Agora quem perdoa, precisa está convicto disso, buscando agir com atitude
exemplar, inclusive esquecendo de tal forma, como se nada tivesse acontecido.
Não se deve perdoar por amor, ou qualquer outro sentimento condicionado, deve-se perdoar sem obter nada em troca, gratuitamente, para que o perdoado note real significado. Agora, se o perdoador, condiciona qualquer coisa, aí já não é mais puro perdão e sim, uma fuga melancólica. Na medida que haja disposião de querer e pureza de atitudes coincidindo com o pensamento mútuo, aí sim o perdão é válido.
Obrigado,
Valmon Lopes
Olá! Sou novo aqui no Blogger. Sou escritor e busco amigos que tenham interesse em literatura. Quando tiver um tempo, visita o meu blog, ok? Um grande abraço e parabéns pelo seu blog!
Denise disse…
O amor às vezes é cego e burro!
Beijinho!
Anônimo disse…
Nelson Rodrigues dizia que a mulher gosta de apanhar.Essa é uma.Eu acho que a agressão voltará a ser feita ou ela será morta. Este tipo de homem é doente e está na tocaia.Vamos aguardar mas o futuro é teiste para essa moça.Eu acho também eu vc está em um patamar psicológico e cultural superior e portanto o seu cognitivo é superior a desta moça.
Paola, obrigado pela visita! Faço minhas as palavras sensatas da Menina do Rio. Nós criticamos tanto a justiça, a ausência do Estado etc e tal, mas há pessoas q não tme amor próprio, q se submetem, q se apagam em situações em que deveriam se impor. Claro q o caso em questão não pode ser comentado com meia dúzia de palavras. Mas o que me espanta é q cada vez mais o ser humano perde o seu valor numa sociedade materalista e pragmática e, cá entre nós, o próprio ser humano na maiorida das vezes se vende por mt pouco, tolera condições abjetas de existência. Um grande abraço e um excelente final de semana para vc!
Anônimo disse…
quase não acreditei quando ví a notícia...
Julgar? se foi notícia , a gente ia acabar fazendo isso mesmo...a gente julga o vizinho, imagina quem passa em horário nobre?
Infelizmente o ser humano é capaz de perdoar ( não esse perdoar q vc disse ), mas um perdoar de submissão, coisas inacreditáveis.
O pq? pode ser tanta coisa..ainda não tenho 1 resposta q valha a exatidão disso.
Anônimo disse…
Paola, eu penso como você, onde está a dignidade dela? eu acho que isto não é amor e sim auto-estima baixa. Às vezes muitas mulheres se submetem, porque não têm como se sustentar (na cabeça delas, pois se acomodaram dessa maneira e, não têm força de irem à luta) ou, com muitos filhos para criarem, com uma idade mais difícil de arranjar um bom emprego, sem estudos, enfim, sem preparo para a vida, portanto se sentem incapazes de partir para outra ou, em outras ocasiões sentem medo do agressor, mas eu acho, que não é este o caso desta mulher do ônibus 499. Provalvelmente, ela se arrependerá, pois quem faz uma vez, é capaz de recair no mesmo erro. Beijos, minha querida.
Jane Peralva

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